Por Sarnelli
A parte baixa do Parque Cruz Aguiar é uma área muito visada, que a prefeitura ajudou, e muito , a descaracterizar, uma vez que foi projetado exclusivamente para residências. Aos poucos, foram sendo liberados alvarás de funcionamento indiscriminadamente para clínicas, academias, escolas, restaurantes barulhentos, até para repartições públicas, e outras atividades, sem que esses estabelecimentos dispusessem de uma só vaga para estacionamento de veículos.
O resultado foi a saturação da área, por veículos, cujos proprietários, na ânsia de encontrar uma vaga e na pressa que a vida moderna exige , usam os passeios sem a menor cerimônia, obrigando os transeuntes a irem para o asfalto arriscarem a saúde, a mercê de motoristas estressados e deseducados até mesmo para o trânsito , e a TRANSALVADOR nem se liga no problema, nem passa por lá e se passa, adianta pouco, porque os prepostos não têm preparo suficiente ( e nem autoridade ) para avaliar situações.
O Parque, tem uma vida intensa e só tem sossego mesmo, por enquanto, nas épocas de ferias escolares , quando boa parte da população viaja , quando a cidade esvazia , durante os dias de fins de semanas , no carnaval , enfim, quando a cidade para , mas não há noites tranquilas por causa dos restaurantes e devido aos veículos que atraem. É uma movimentação constante de manobristas, para trás e para frente, até alta hora da madrugada, falando alto, gritando, correndo , promovendo diversos tipos de barulhos.
Não bastasse tudo isso , tem ainda os caminhões enormes de abastecimento , durante os dias , e o fato de que muitos motoristas fogem do trânsito da Cons.Pedro Luiz cortando caminho por dentro dele.
Agora vem uma empresa que compra uma pizzaria falida e resolve construir o que chama de um centro cultural, alegando que vai trazer melhorias e cultura para " o nosso querido Rio Vermelho " ( confesso que estranhei , pois se acham no direito de considerar o bairro " nosso querido Rio Vermelho , eles que estão chegando agora ! ) e que ali vai funcionar um senhor restaurante de categoria internacional, comida típica espanhola , e mais isso e mais aquilo e até teatro ( se não estou enganado ), etc., etc...
Na verdade, não precisamos de melhorias que nos incomodem ,e sim de tranquilidade.
Fizeram tudo do errado , do jeito que quiseram e bem entenderam , como se tivessem descoberto a terra de ninguém...
Começaram escolhendo o local e , achando que, porque a pizzaria tinha alvará para funcionar, eles também o teriam . Começaram uma reforma sem licença,sem coisa alguma , e , até mesmo, quem sabe , sem projeto !
Modificaram totalmente o imóvel inicial sem respeitar as normas municipais que regulam as construções , tanto é que andam com problemas com a SUCOM. O pior de tudo, é que insistem em ignorar as autoridades. Qual será o segredo ? De onde vem a força ?
Se as denúncias tivessem sido descabidas, a SUCOM, obrigatoriamente, teria liberado a construção , uma dedução elementar e indiscutível !
A empresa já foi fiscalizada, multada, interditada , depois fiscalizada e lacrada, mas , como por milagre , parece que o lacre descolou e recomeçaram. Agora, está sob interdição , novamente, e a SUCOM pedindo aos moradores que notifiquem ao menor sinal de movimento no local.
Claro que não somos contra melhoramentos no bairro , mas é preciso que se obedeçam as normas municipais e que o seu impacto na comunidade seja convenientemente avaliado. Há moradores de mais de 50 anos no local, que investiram todas as economias de uma vida de trabalho na casinha em que esperavam ter uma velhice tranqüila , mas vem o " progresso" de lá da Espanha , atropelando tudo em benefício de lucros financeiros e de um sonho , sem respeitar coisa alguma nem a ninguém e, pior, não obedecendo o que manda o manual da SUCOM - É uma queda de braços entre eles, os sócios espanhóis, e a SUCOM ! A curiosidade é saber quem vencerá . As nossas leis têm que ser respeitadas, mas , qual será o peso delas frente ao poder econômico ? O problema , é que o sonho deles , poderá se transformar no nosso pesadelo ! A nossa qualidade de vida ( que já anda ruim ) piorará com mais esse empreendimento dentro do Parque.
A comunidade vai continuar passiva ?
Ou eles estão seguros de que têm força suficiente para tornar sem efeito , pelo menos para eles , por serem especiais ou melhores que os outros , os dispositivos legais ? Será que as leis não os atingem ?
Em conversa com um dos sócios , na porta da obra, ele tentou me convencer de que estava tudo em ordem, que diversos detalhes já tinham sido revistos e que, em poucos dias, a placa com o número do alvará já estaria sendo exibida no local. Conversa pura, para um desconfiado como eu...
Ocorre que, na mesma rua, que não tem mais que 300 metros, há tráfego nos dois sentidos, mas sobre meia pista porque a outra metade é ocupada por veículos estacionados dia e noite. De um lado, o estacionamento é permitido. Do outro, naturalmente, proibido. Grande parte de alunas de uma escola de decoração cujo endereço é Rua Itabuna mas que usam as duas , saturam a rua Feira de Santana onde já existem veículos amontoados de uma própria repartição da prefeitura, de um Centro Espírita, de uma produtora de vídeo e agora estamos sob a ameaça de mais um restaurante grandioso na mesma rua. A coisa chega ao absurdo de que eu quase já não posso mais entrar nem sair de casa com os carros, por falta de espaço para manobrar os carros e por causa dos motoristas impacientes que não querem esperar que você termine a sua manobra. Resultado: mão na buzina., atritos ! Na mesma rua, no que foi o antigo n. 02 , está sendo construído um edifício de apartamentos. Não sei quantos. Mas na obra, tudo é organizado, de acordo como manda o figurino !
No tapume, estão exibidas as placas do arquiteto, do engenheiro, da empresa que faz as armações de ferro, do CREA e , notem bem, a da própria prefeitura com o número do alvará e endereço corretos. É assim que se faz caros Senhores. Não na marra , sem deixar os recuos regulamentares, na ânsia de aproveitar todo o terreno !
Chegaram mal e se introduziram mal na comunidade. Vou repetir o que digo a todo mundo. Os direitos de um , terminam quando começam os do outro ""
Numa conversa que tive com um dos sócios, houve um lance interessante : eu perguntei : " na Espanha , o Senhor teria feito isto ? A resposta foi: " não, lá a coisa é dura ! " . Quer dizer, deixaram a Espanha para vir esculhambar aqui ?
Se alguém apóia este empreendimento dentro do Parque, é porque não mora perto dele.
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