Da parte alta da cidade, temos uma visão maravilhosa da Baía de Todos os Santos, descoberta pelo navegador genovês, Amerigo Vespucci, no dia 1º de novembro de 1501. A baía , que tem um espelho d’água de mais de 1.000 Km2, abriga alguns fortes, o mais conhecido , o de São Marcelo, que está dentro do porto comercial, totalmente dentro d’água, construído que foi sobre uma coroa de areia e pedra e é uma construção praticamente circular, outros fortes, uma base naval , um atracador para navios que carregam minérios, um porto para embarque de automóveis , um Yacht clube e ainda um
terminal marítimo para as operações da Refinaria Landulfo Alves, mais de 50 ilhas, sendo a mais conhecida a de Santa Cruz, ou seja, Itaparica. A Baía de todos os Santos é a maior do Brasil.
Mas , Salvador, já tinha
história para ser contada a partir do atual bairro mais boêmio da cidade e
celeiro de artistas, antes mesmo de ser fundada. O mais conhecido Deles -
Pasquale De Chirico , que deixou muitas obras , apenas para citar duas, o
Christo da Barra esculpido em mármore de Carrara e o monumento ao poeta maior,
Antonio de Castro Alves em praças da cidade , foi morador pioneiro no Rio
Vermelho e os escritores que também moravam no Rio Vermelho , na famosa casa da
rua Alagoinhas n. 33, sendo, praticamente meus vizinhos, o nosso
Jorge Amado e Zélia Gattai. É... eu moro em zona nobre o e o IPTU descobriu-me
por aqui... Personalidades , ajudavam ainda a destacar o Rio Vermelho, lindo
como ele só, graças a Deus, que lhe proporcionou uma natureza maravilhosa. Não
só a boemia ! No Rio Vermelho há cultura também .
Bem, a história que eu prometi
contar . começou por volta de 1510/1511 quando, durante uma tempestade
, um barco cujo nome se desconhece , caravela , tenha sido lá o que
tenha sido, naufragou nas costas do Rio Vermelho , não se sabe em que
ponto, quando apenas uma pessoa, provavelmente um tripulante, se salvou
porque conseguiu se abrigar num rochedo bem na foz de um rio que fica no seco
quando a maré vaza. Coincidentemente , fora dar nos domínios de uma tribo
tupinambá que habitava o local hoje conhecido como Mariquita e que já foi
conhecido também como aldeia dos franceses . Foi descoberto pelos índios, todo
esfarrapado, coberto por algas e foi logo denominado de “ Caramuru “... uma
coisa estranha saída do mar. Na verdade, caramuru é um peixe com uma dentada
perigosa que habitava em abundância as locas da costa, que, com o tempo ,
desapareceu das nossas praias . Ainda bem ! Acolhido e tratado,logo fez amizade
com os índios, notadamente com as índias e terminou por se casar com a filha do
chefe que mais tarde foi batizada com o nome De Catharina Paraguaçu , mas, nem
por isso deixou de freqüentar as outras. Era disputado entre elas, dizem que
por ter sido bem aquinhoado pela natureza. Por isso, muito contribuiu para ir
formando a população , deixando uma enorme descendência...Caramuru, que
não se sabe se era francês ou português , apesar de ter nascido em Viana de
Castela ( Portugal ) foi uma figura muito importante no relacionamento
entre os índios e os contrabandistas franceses que traficavam o pau Brasil. Foi
de vital importância, também , quanto aos preparativos para o recebimento de
Thomé de Souza, fidalgo português, enviado pela coroa para fundar a cidade de
Salvador.
Muito se fala sobre o Diogo
Alvares Correia , o Caramuru , pois algumas pessoas acham que a história de
Salvador começou no Rio Vermelho embora a cidade tenha sido fundada em 29 de
março de 1549 . Entre o naufrágio e a fundação da cidade, transcorreram quase
40 anos . Para mim, o Caramuru não descobriu nada. Dizem e insistem em que ele
descobriu o Rio Vermelho , mas, para mim, quando ele por aqui
chegou, o Rio Vermelho não existia ! Existia uma aldeia de índios
tupinambás. Ele foi apenas um náufrago e náufrago não é descobridor de
coisa alguma , é apenas alguém que se salva , graças a Deus ... mas que se
tornou importante na história do Brasil. Na primeira foto,observe ue
aparece a Pedra da Concha que deu abrigo ao náufrago.
O que existe mesmo, na minha
opinião, é que o Rio Vermelho que sempre foi conhecido como o bairro dos
artistas, chegou a ser uma área de veraneio dada a sua distância da cidade de
onde só se chegava por meio do transporte da época, o bonde, e ,
posteriormente começou a disputar o título de o bairro da boemia com o do
bairro dos artistas, já que à noite o movimento é intenso. E é, também, uma
das visões mais bonitas da cidade, podendo ser apreciadas de diversos ângulos .
Tudo isso favorecido por um verão de 365 dias ao ano ! Não chega ?
Este texto não é a verdade
histórica . Foi escrito sem nenhuma pretensão literária , muito menos
contrariar o que se considera os fatos ...É apenas a minha maneira de ver e de
contá-la sob a minha visão e interpretação, mesmo porque não sou historiador
...
No Rio Vermelho , além de toda a
sua beleza natural , você pode desfrutar de uma boa noitada e curtir os
melhores acarajés de Salvador, pois as baianas mais famosas se concentram nele.
De barriga vazia não fica, pois o que não falta no bairro , são
restaurantes e churrascarias... As noites são de muvuca !
Não se esqueça de incluir no seu
roteiro das próximas férias , a primeira capital do Brasil.
Vale a pena !
Vale a pena !
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