Uma visita especial ao Farol de Santo Antônio da Barra

Imagens do dia - dando uma de turista
( postagem em fase de revisão )

Foi num desses dias iguais a todos os outros quando eu saio de casa e alguém me pergunta: para onde vai ? invariavelmente eu respondo. Estou sem destino, mas vai depender muito primeiro ônibus que passar . E é assim mesmo! Deixo o carro na porta de casa marcando o meu espaço e protegendo o portão da garagem e me mando para uma parada de ônibus . Ontem , 15 de julho ( 2011), o primeiro veículo que chegou ao meu ponto foi um com bandeira FAROL DA BARRA . Eu disse para mim mesmo : é esse ! Estava vazio . Sabia que o farol estava aberto à visitação pública , um privilegio que sempre tive de ver aquela imagem bonita a ponto de me apaixonar por ela, mas , de longe , em postais e do lado de fora.. Além da parte até então deixada disponível para o publico, nunca tinha ido . Quer dizer, nunca tinha ido ao topo, subido aquelas escadas em caracol para ter a linda visão das praias que se estendem aos seus pés , das ondas que quebram nos rochedos bordando com uma espuma branca toda uma orla marítima . Ao chegar ao largo do farol , ele estava totalmente tomado por ônibus de turismos, a bagunça organizada de sempre, e , gente , era o que não faltava. Dava para ver, de cara , os grupos e as pessoas vestidas de maneira não muito estranha, mas mostrando claramente que eram visitantes, principalmente pelos chapéus necessários a um dia de sol , como a indispensável digital nas mãos. A minha, estava no lugar de sempre: no bolso da bermuda, sempre pronta para qualquer eventualidade. Passei por um dos tantos vendedores ambulantes que me ofereceu um chapéu , mas fiz-lhe ver que estava usando um boné , porém prometi pensar no assunto até a volta. Me juntei àquele gente toda que havia desembarcado de uns seis ônibus, o que quer dizer cerca de 240 pessoas e mais as que já se encontravam por lá, e fui em frente. Deixei de lado a parte do forte que já conhecia, os modelos de barcos e os instrumentos primitivos de navegação e fui para a fila para subir à torre. Fiz sinal para o funcionário que a controlava, a exigindo a minha prioridade e subi , ou melhor, comecei a subir. Senti a necessidade de descansar da escalada, de maneira que consegui chegar ao meu destino em quatro etapas de 20 anos. Parei 4 vezes, deu para entender ? Beleza pura, lá de cima ! O farol está instalado sobre o que já foi um forte. O forte de Santo Antônio da Barra , local antigamente conhecido como a Ponta do Padrão e onde, efetivamente tudo começou por aqui. É um promontório justo na entrada da Baía de Todos os Santos e exatamente na barra do porto, o que justifica o nome . A sua torre tem 22 mts e a sua altitude é de 39. É a soma das alturas do promontório, com a do forte e a da torre. O atual farol foi inaugurado em 2/12/1839 e é o mais antigo de todo o continente. Claro que nos seus primeiros dias funcionou a óleo de baleia e que hoje é elétrico . O alcance do seu facho de luz é de aproximadamente 60 quilômetros. Mas, voltando à visita. O que se vê lá de cima é um colírio para os olhos . Contornando os 360° da torre ,você tem a visão do Forte de Santa Maria, a orla ornada pela espuma brancas das ondas se espatifando nos rochedos e uma vista até o Rio vermelho, além de um oceano imenso que vai se encontrar com o horizonte , tudo isso num dia ensolarado de céu azul . Não economizei fotos . Agora preciso selecioná-las para guardá-las para a posteridade...

Se na subida tive que usar a tática de quatro lances , consumindo em cada um deles , 20 anos de energia . Na descida , encontrei mais dificuldades , pois os degraus ficaram menores ao se encaixarem na coluna de suporte para formar a espiral. À saída, de dentro do forte, não resisti à sensação de fotografar o imponente edifício Oceania que vi construir ainda criança e que aparece emoldurado pela porta principal . A foto foi sacada de dentro do forte para fora.... O edifício é um colosso , passa a sensação da sua solidez e parece que foi terminado ontem. Ah, sim ... fui em direção ao vendedor que me oferecera o chapéu branco, que comprei por oito reais e que me conferiu um charme fora do comum , me transformando em mais um turista... interessado nas coisas de Salvador ! rsrsrsrsrsr

Voltando à parte superior da torre do farol, de onde tive visões maravilhosas dos panoramas que se ofereciam diante dos meus olhos.

Se , na parte dos fundos do farol, me posicionasse de frente para ele, teria à minha esquerda o Forte de Santa Maria, às minhas costas a entrada da barra do porto e a ilha de Itaparica . À minha frente, toda orla marítima desde o alto da torre do farol até o Rio Vermelho com um oceano que ora se apresentava em azul ou verde e com variações de tons. Tudo isso, sob um dia ensolarado e convidativo para a tomada de fotos , mas com uma certa cautela, pois aqui a luminosidade e o reflexo da luz solar estraga muitas fotos se não forem dispensados certos cuidados...É preciso fazer um acordo com ele. Claro que preferi clicar com a tela de proteção pela frente, para dar mais autenticidade às fotos. ... alguém , atrás de mim , sugeriu: por que não coloca a objetiva da digital por dentro de uma das malhas da tela ? Não , o que me interessa mesmo é que as imagens apareçam através das malhas . Têm que ser imagens especiais. E, para mim, são ! Há muito que esperava uma oportunidade como essa.

Antes que me esqueça: o farol da Barra está instalado sobre o Forte de Santo Antônio da Barra , que, por sua vez, está sobre um promontório também conhecido como “ a Ponta do Padrão “. O conjunto forte/farol é que forma um dos mais conhecidos cartões postais de Salvador e é um dos locais mais visitados pelos turistas. Ponto obrigatório de parada !

Acho que já disse isto, não foi ? Não tem importância , é melhor pecar por excesso do que por omissão.

Quando vier à Salvador, não deixe de visitar o Farol , indo até a sua torre com o equipamento de projeção do seu facho luminoso.

Sarnelli 17.07.2011