Como taverneiro austríaco idoso, sinto-me na obrigação de testemunhar, de contar detalhes de uma vida que podem ser importantes para alguém. Pormenores excedendo à borda das panelas do nosso Bistrô PortoSol.
Do último texto sobrou a pergunta... como a Áustria, arrasada por duas guerras mundiais ( 1914 a1918 e 1939 a 1945 ), com a infraestrutura aniquilada, as fábricas dilapidadas, cheia de prédos em ruínas e gente faminta, com corpo e alma feridos, pode ser reconstruída em menos de duas décadas.
Reconstruídas casas, escolas, fábricas e instituições.
Como era essa gente?
Fotos daquela época mostram pessoas magras, com roupas de trabalho, olheiras e bochechas côncavas, as mãos parecendo procurar incessantemente por algum trabalho a fazer.
Entre aquela gente nas fotos em p&b havia um menino. Eu, concebido em maio de 1946, ou seja, um ano depois do fim da guerra! Prova de que ninguém deixou de se divertir nos tempos da penúria.
Trazendo esse papo para Salvador, Bahia, surge a pergunta:
Que raio de guerra pérfida estamos vivendo nesta nossa Boa Terra que há mais de 10 anos nos impede de construir e por para funcionar um metrô de apenas 6 quilómetros de extensão, que nos impede de concluir a via expressa, que não deixa que o tumor maligno das construções ilegais nas encostas entre o Comércio e a Calçada regrida. E por falar em Comércio, os prédios próximos da Praça Cayrú poderíam servir de cenário para filme de guerra.
Guerras pós-modernas são assim! São não declaradas! Não há bombas, nem inimigos aparentes!
Na Parte III jogaremos um feixe luz num outro conflito.
Bartolo, se puderes, transmite ao taverneiro minha admiração, meu apreço e minha tristeza pela verdade desta crônica!
ResponderExcluir