São justas as suas ponderações e deveria mesmo ser como o Senhor diz.É muito bom que hoje cada um possa escrever e se externar alcançando o mundo , que se transformou numa simples bola de gude e onde as informações viajam e são consumidas à velocidade do som . Claro que o Senhor não tem culpa alguma da utilização inadequada de certos equipamentos da cidade. Cita a parede da igrejinha como sendo o maior mictório da cidade e, de fato, o é, para a nossa vergonha !
Aquele cantinho do outro lado , ainda em frente à igrejinha, é um outro ponto e, pior, ali se instala um vendedor ambulante que vende, sabe o que ? Churrasquinho com cheiro estranho , a Saúde Pública não vê nada e aqui no Rio Vermelho, mijar e fazer outras necessidades, a boemia o faz em qualquer canto.
A sua menção de que o povo não cuida das coisas públicas, é mais do que valida e não é novidade.. Chega a ser uma calamidade , porque com a cultura atual, grande parte da população não tem um pingo de educação e também é aqui , no Rio Vermelho, penso eu, que mais se depreda o patrimônio público. No entanto, aquela sua obra , a bem da verdade, que criou vida marinha e que veio à tona encrustada demoluscos, incomodou um bocado porque trouxe vida para um habitat inóspito, os mariscos começaram a morrer com o calor do sol e a provocar uma fedentina insuportável por muito tempo. O Senhor tem razão quando diz que a obra colocada no Pontão de Paranoá é uma peça gêmea e bem cuidada , mas se esquece de que estamos em Salvador, onde parte do povo não está preocupada com a história da arte e, infelizmente, é isso que aí está. A nossa prefeitura , acredite, não funciona. Está acéfala ! Se ela não cuida do que é patrimônio público,ela que tem uma fundação exclusivamente para essa finalidade, imagine se se pode confiar no amor à arte que, uma grande parte da população lhe dedica, notadamente os boêmios... O problema é esse, Senhor Borba ! Evidente que não somos contra a arte. O Senhor sabe que sou neto de um dos maiores escultores que já esteve por aqui, Pasquale De Chirico, autor do Christo da Barra, da estátua de Castro Alves entre dezenas de outros trabalhos espalhados pela cidade. Como poderia ser contra a arte ? Seria negar a minha origem! Só não conseguimos escapar dos boêmios que invadem o Rio Vermelho á noite, vindos de todos os lados , sem educação suficiente para preservar o bem público, se for o caso.
O que temos, é que nos precaver contra os depredadores. Salvador é a cidade onde mais se depreda o patrimônio público e, pior, onde nada se faz ! Estive em Aracaju há pouco tempo, voltei envergonhado e com vontade de me mudar para lá , por ver uma cidade limpa, sem um simples pedaço de papel nas ruas ou mesmo um palito de picolé...onde nada se depreda e onde se sente que o povo ama a sua cidade , o que não é o nosso caso , infelizmente !
Sendo Salvador a cidade que é, as suas obras , pelo menos as cilindricas, não estão em localização apropriada , infelizmente. Elas deveriam estar longe da boemia noturna da rua da Paciência..., longe do vandalismo !
Mas, confesso que Salvador está, há 80 anos, dentro do meu coração, apesar de todas as suas mazelas que não necessitar ser enumeradas.
Com os meus cumprimentos e um abraço. Bartolo Sarnelli
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