segunda-feira, 23 de maio de 2011

Outra tirada interessante do Reinhard Lackinger - coisas do passado

Prefácio:


A primeira vez em que estive em Portugal (1969 ), aprendendo o idioma em Lisboa, as pessoas, com que convivi - classe média, universitários e gente humilde - me pareciam tristes! Muito tristes!!!

Terá sido pelo facto de Salazar estare para morrere?

Lisboa era um fado a céu aberto! Apenas o craque moçambicano, que atendia pelo nome de Eusébio - o jugadore mais mascarado que já vi entrare no relvado - destoava  à maneira dele, deixando o Estádio da Luz ao lado do compatriota e amigo Coluna num opala vermelho... não sem antes dar um autógrafo para um jovem austríaco de 22 anos.. hehe
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Uns vinte anos depois e mais ou menos uma década após a Revolução dos Cravos, ou seja, em 1988, lá estava eu com minha mulher Maria Alice no bar de um hotel em Coimbra a falar e trocar idéias com um nativo... um senhor bem vestido e bem falante,  provavelmente professor universitário, com algumas posses... quiçá algum primo  daquela Inês tão linda...

Numa certa altura da conversação animada, o gajo bem apessoado me veio com a  seguinte narrativa:

".. antigament´ o pobre cunhecia o lugar dell! Hoje, tudo é diferentt! Pobre agora está a falare alto nas ruas, no comboio, no elétrico... está a exigire coisas,,, direitos nunca dantes imaginados!!!"

É claro que o meu fígado socialista gritou, berrou, uivou ao ouvir tamanha barbaridade!

Hoje, em meio a "ressurreição" dos miseráveis, vendo gente jogando lixo na rua, bem defronte de nossa taverna, o Bistrô PortoSol, tendo que assistir como o pessoal esvazia a bexiga na entrada da porta dos outros ou no muro lá adiante, tendo que ouvir pagode a 100 decibéis vindos da praia do Porto da Barra... e tendo que defender com unhas, dentes, barriga e cara feia o meu espaço temático de gastronomia austro-úngaro de gente, que nada tem a ver com nosso local transadinho, lembro da cara daquele burguês lá de Coimbra.

Diante dos olhos de minha imaginação, ele está a dizere: "viu sacana... pimenta no cu dos outros é refresco!"

Pois Pois
Reinhard Lackinger

p.s. Apesar desta maluquice politicamente abominável, estou convencido, de que estamos passando por uma fase de adaptação, uma acomodação econômica das classes Cê Dê, E, Fê e Gê!!! Demanda reprimida, diriam os economistas.

pps. Enquanto o gajo português falava, num outro canal, o Zé de Ribamar Sarney dizia, que era indadmissível mencionar vícos linguísticos em livro didático... O que o nobre senador deseja? Será que ele quer que o nosso Zé Povão escreva e fale como o finado Josaphat Marinho, que Deus o tenha??? Aliás, até o Todopoderoso lá no Céu deve ter dificuldades para entender o bolodório arcáico daquele, por nós todos querido, senador da república!

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Epílogo:

No fundo d´alma, eu também gostava mais de Portugal e de Lisboa de antes!!! Não antes da
Revolução dos Cravos e sim, antes da terrinha querida ser vendida para a EU, para a União  Européia!!!

Doi no coração, sendo monitorado por uns idiotas, uns parvos lá de Bruxelas, vendo acabar as
tascas giras, o vinho fresco de barril, as garrafas sem rótulos na mesa, contendo azeite, vinagre
e vinho. Em breve nos tirarão o bagaço de vinho verde! Mosca já não há! Ginginha com elas idem!

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